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França: vítima ou algoz?


Ao som de Eagles of Death, as águias da morte, grupo de hard metal que tocava no famoso Bataclan, os atentados ocorridos na sexta-feira 13 de novembro de 2015 em Paris, ocasionaram a morte de quase 150  pessoas e o ferimento de mais 350, pelo menos. 
O mundo se apressa em vestir as cores da bandeira francesa e a marselhesa é ouvida com emoção mundo afora. Nada digno de comemoração.

Mas, convenhamos, essas vítimas bem que estão colhendo o fruto de uma cultura escravista colonialista e sanguinária. O preço nem é assim tão alto, se levado em consideração o fato de que os franceses escravizaram a maior parte da África, onde ainda mantém colônias até hoje, pasmem.

Não só na África, mas em outras partes, o império francês sugou e ainda suga, mantendo milhares, senão milhões de pessoas em extrema miséria, enquanto os palácios parisienses engordam. É fato, mas passa despercebido, que a França ainda mantém 16 colônias mundo afora, assim como os ingleses e os norte-americanos, todos autointitulados defensores da liberdade e da igualdade entre os homens, também ainda mantêm pessoas sem o direito a uma nacionalidade livre.

O lema francês não podia ser mais contraditório. Se a revolução francesa gritou Liberté, Egalité, Fraternité, como pode ser, que até hoje, em pleno século XXI, mais de duzentos anos depois, tanta gente continue a ser tratada como pessoas de segunda classe, sem direito à própria nacionalidade?

Em 2007, mais de 8.000 ciganos foram deportados, unicamente em função de sua origem racial. Como lixo incômodo, foram empurrados para a Romênia e a Bulgária.
Recentemente as vítimas de segregação foram as mulheres muçulmanas em Nice, que se viram obrigadas por lei municipal a expor seus corpos se quisessem permanecer na praia, contrariando seus hábitos religiosos.

Assim como Portugal e Espanha exploraram e sugaram o sangue latino, a França exauriu as riquezas minerais africanas, deixando, aos moldes de seus vizinhos, um rastro de miséria pelos caminhos de suas explorações coloniais, que massacraram povos e destruíram culturas.

Portugal e Espanha e até mesmo a Grécia, são hoje símbolo da decadência de impérios europeus colonizadores do passado. A França não. Ainda hoje coloniza. Ainda explora, suga e domina. Eis uma faceta que a imprensa internacional, tendenciosa e oportunista, não se preocupa em mostrar. 
Ninguém pede orações pelos povos colonizados e sedentos de liberdade, de identidade. Ninguém muda a cor do seu perfil do Facebook para as cores dos miseráveis africanos, de onde os franceses tiraram e continuam tirando riquezas e deixando miséria, fome e morte. Mas as águias também morrem.

Os donos das minas são os donos de Minas.


Não sou eu quem o diz. Os jornais de Belo Horizonte trouxeram a manchete: quase 70% dos deputados mineiros tiveram suas campanhas financiadas pelas mineradoras. Daí que precisamos mudar o slogan da ASLEMG de "a casa dos mineiros" para "a casa dos mineradores". Pouca diferença, se deixarmos flexível o conceito de mineiro. Se valer que minerador também é mineiro, já que lida com minas.
Mas, fora o jogo de palavras e a mistura de conceitos, o que se tem em verdade é uma assembleia legislativa comprada, que não representa os eleitores que a elegeram, mas os interesses das empresas financiadoras das campanhas. Se assim não fosse, não teria morrido antes mesmo de tomar forma a ideia da instalação de uma CPI para a investigação do acidente de Mariana.
Estamos de mal a pior quando se trata de representantes eleitos para administrar nossos bens. O prefeito de Mariana declarou que a cidade não sobrevive sem as mineradoras. Triste destino, que a faz refém e a condena a se transformar em um perigoso e instável depósito de lixo.
Os deputados mineiros também não são capazes de fazer qualquer coisa que venha a melindrar seus financiadores, mesmo que esses empresários destruam todo um povoado, arrasem outros tantos, tornem inutilizáveis as águas do Rio Doce, deixando diversas cidades em estado de calamidade, como está ocorrendo em Governador Valadares, onde 260.000 pessoas ficaram sem água, sem os peixes, sem o rio.
A maior vergonha não é o acidente em si, mas o que dele decorre. Escorre a lama tóxica, matando tudo, mas escorre a maquiagem na cara dos políticos, cuja máscara derretida deixa nua a cara comprada de quase todos eles, salvo uns ou outros. Parafraseio o filósofo Mario Sérgio Cortella, que disse numa entrevista que, se você for fazer algo, pense primeiro o que sua mãe vai dizer a respeito. Tenho pena das mães dos nossos deputados. Poucas delas podem se orgulhar das ações de seus filhos.  
Por uma questão de coerência, pra não dizer que só malhamos os políticos, conclamo os "caminhoneiros" de Minas Gerais para fazerem uma manifestação, uma greve geral, até que sejam depostos todos os deputados que não honram os votos, mas se submetem ao dinheiro. Também deviam pedir a cassação do prefeito que não tem criatividade e assume ser dependente do dinheiro sujo de morte e destruição.

Passos

Passos

Passos largos,
Passos fundos,
Passo longe ou passo perto,
Passo mais discreto.

Apertar o passo,
Ou contar os passos,
Pouco importa se a vida segue a passos firmes,
Por caminhos íngremes, estreitos, até mesmo largos.

Vida que segue, quando tudo passa...
Passa aqui, passa acolá,
Um passo pra recomeçar!

Um passo de cada vez...

Um passo com lucidez!

E agora João e agora José

E agora João e agora José

“Sete pecados sociais: política sem princípios, riqueza sem trabalho, prazer sem consciência, conhecimento sem caráter, comércio sem moralidade, ciência sem humanidade e culto sem sacrifício.” ―Mahatma Gandhi

Mesmo diante de tamanha tragédia, muitos defendem Sempre A MAnutenção irRevogável do COnsumo não só das fontes minerais como também de exploração de vidas a qualquer custo.

“Os fins justificam os meios...”? Qualquer iniciativa é válida quando o objetivo é conquistar algo importante.  Importante para quem?

Vale atitudes "não éticas", como a crueldade e hipocrisia? Vale tudo?

Segundo Maquiavel “existem duas formas de combater: uma através das leis e outra através da força. A primeira forma é relativa aos homens e a segunda é adequada aos animais.” Desse modo, diante do exposto, uma vez que a instituição que detém o poder da lei está comprometida, cabe-nos combater pela força como animais, pois este é o sentimento. Somos trados como animais, tendo todas as nossas prerrogativas negadas, e, usurpados nossos direitos.

Quando uma pessoa afirma que os fins justificam os meios, isso significa que ela está disposta a fazer qualquer coisa para conseguir algo que ela deseja alcançar.


O famoso escritor inglês Aldous Huxley afirmou que os fins não podem justificar os meios, porque os meios usados determinam a natureza do fim que é alcançado.

Vem matar, roubar e destruir. O diabo? Não. As mineradoras.

Desde que as Minas Gerais existem, os estrangeiros cavoucam nosso subsolo em busca de ouro, pedras, ferro e tudo o que possa ser muito, mas muito lucrativo. Mas isso não é prerrogativa nossa. No mundo inteiro existem minas, mineiros, escravos, viúvas, órfãos e natureza devastada. O desrespeito é generalizado, contra tudo e contra todos. Só eles se beneficiam disso. Eles e alguns dos nossos, prostitutos que vendem suas almas e nossos corpos.
E então, os caras fazem uma piscina de lama gigantesca no alto da montanha, onde depositam o resto do que retiraram de nossa terra. Eles podem usar água á vontade, enquanto nós temos que cumprir a meta de economia de 30%, ou somos ameaçados pelo governo com aumento de tarifa ou racionamento.
Se não bastasse, eles sujam as cidades ao seu redor com poeira, ao transportar o minério. Mas, não são multados como nós certamente o somos até se colocarmos o lixo pra fora no dia errado.
Aí, como se fosse pouca coisa, ou nada, derramam seu lixo sobre as cabeças de centenas de pessoas, atingindo milhares de outras. Matam os rios quando mais precisamos de água. Matam os peixes, árvores e tudo o que sua lama maldita alcançar. Na verdade, nem sabemos ainda o tamanho do estrago, mas é certo que é maior do que se tem noticiado.
Ninguém sabe exatamente quantas pessoas morreram, quantas estão desaparecidas, ou quantas vão ficar sem água nos próximos dias.
E os caminhoneiros estão preocupados com o preço do frete. Os políticos mesquinhos e oportunistas estão forjando uma greve nacional de caminhoneiros pela derrubada do governo federal. E o Rio Doce foi violentamente agredido. Milhares de peixes mortos. Pescadores e ribeirinhos sem saber o que fazer.
E as mineradoras vão se comprometer a pagar um aluguel social aos que sobreviveram no vilarejo completamente destruído, literalmente apagado do mapa. Logo as coisas voltam ao normal. A mineradora vai continuar a poluir, gastar água e acumular lama em algum canto, até que outra barragem se arrebente e surjam outros órfãos e viúvas. Sempre foi assim, aqui em Minas e no resto do mundo.
E nossos deputados e senadores, nem ao menos se manifestaram. Ou estão preocupados em derrubar o governo, ou em esconder sua própria lama.

Estamos a pé e a pé vamos continuar.

CONTRAN. Fábrica de obrigatoriedades inúteis.

Tem algo muito estranho na forma como nós lidamos com as coisas. E digo nós, pois parece que isso está entranhado na nossa cultura, de modo que em todas as áreas podemos perceber atitudes muito parecidas. Vejamos...
Temos uma instância federal chamada CONTRAN, que parece ser habitada por seres de outro planeta, ou por idiotas completamente incapazes de pensar, se não de larápios safados. Sim. Só pode ser uma dessas opções, para levar as pessoas com o maior poder de decisão em um assunto tão sério como a sua competência, já que é o órgão máximo normativo consultivo e coordenador da política nacional de trânsito e responsável pela regulamentação do CTB, a agir de forma tão contrária ao bom senso.
Ora, as pessoas que administram esse conselho ou são totalmente incapazes, ou estão brincando com coisa séria. Baseio-me, para trazer apenas os dois últimos casos mais gritantes, na verdadeira palhaçada que se tornou a falta de critérios em relação aos extintores de incêndio e os cintos de segurança.
Primeiro, os ilustres energúmenos conselheiros do trânsito brasileiro determinam que todo veículo tem que passar a usar um determinado tipo de extintor de incêndio e dão um prazo para a substituição, ameaçando de multa o cidadão que não respeitar a douta decisão.
Todos corremos e investimos na segurança, compramos os inflacionados extintores, já que o mercado não ia perder a oportunidade de subir o preço, considerado o exíguo prazo estabelecido pela resolução. E não é que, poucos meses depois, ao invés de cumprir a ameaça de fiscalizar o uso do novo equipamento, o mesmo conselho resolve extinguir a obrigatoriedade do uso de qualquer extintor?
O mesmo ocorreu com os cintos de segurança. Tornaram obrigatória a utilização do cinto de três pontas. E as multas pela não utilização do equipamento são aplicadas até por meio de câmeras de vigilância em algumas cidades. Pois já está ventilando por aí que os caras estão cogitando autorizar a volta do cinto de dois pontos, outrora julgados por eles mesmos como ineficientes. Os caras parecem estar experimentando. Resolvem que vai ser assim e tornam obrigatório, depois percebem que não era bem assim. Aí tornam obrigatório voltar ao modelo antigo. Depois liberam geral. Até quando?
Esses são os mesmos doutores que criaram e tornaram obrigatórios, sob pena de multa, o kit de primeiros socorros, as faixas adesivas reflexivas para caminhões, capacetes e coletes de motociclistas, entre outras inutilidades. Também são os que mudam os modelos e os tamanhos das placas dos veículos de tempos em tempos, obrigando o proprietário a consumir produtos. Agora chegaram ao cúmulo de aderir a um modelo de placas padronizado para o Mercosul, obrigando a todos os proprietários de veículos do país, mesmo os que nunca vão nem mesmo passar por perto de uma fronteira, a gastar com mais essa inutilidade.
Para completar a demonstração de falta de competência, empurraram a obrigatoriedade de se circular nas rodovias com farol aceso durante o dia, sob o pretexto de que isso aumenta a visibilidade e evita acidentes e com multa para o “infrator”.
Parece que existe um mecanismo de promoção de produtos, de modo que assim que um produto é totalmente “vendido”, outro é criado. Isso devia ser alvo de investigação, de CPI "et al".
E o que se faz contra isso? Nada!!!   Aí não dá pra levar o Brasil a sério.

O que é jornalismo e o que é lixo? Quem decide?

     
Nossas emissoras de rádio e TV e até mesmo canais na Internet, se tornaram vitrines tão moralmente reprováveis quanto as que expunham prostitutas em Amsterdam.
Sim. Tomemos os noticiários policiais, tanto de rádio quanto de TV, que exploram a desgraça, o crime e a violência de forma irresponsável, ao ponto de já estarem sendo alvo de protesto por parte de alguns jornalistas e entidades, os quais não desejam que tais programas sejam classificados como de cunho jornalístico. Ou seja, a própria classe já percebeu o tamanho do desrespeito cometido por esses pseudojornalistas, não só contra a profissão de jornalista, mas também contra os direitos humanos e contra diversas leis do país.
Humoristas de gosto duvidoso apelam para a exploração de situações escandalosas, travestida de jornalismo. Levando-se em conta o nível intelectual de boa parcela do nosso povo, é possível perceber a clara manipulação dos meios de comunicação, não para fins de informação, mas para a "idiotização" das massas.
Infelizmente, nosso povo adora a chamada cultura inútil, o que dá grande audiência a esses "pinga-sangue", que guardam suas origens num passado não tão próximo, se considerarmos clássicos como Jacinto Figueira Junior, o homem do sapato branco, que já usava tais recursos desde os anos 60 do século passado. Mas a coisa tem saído do controle. Os caras não observam mais qualquer limite ético ou moral. Expõem cenas brutais e situações de violência e mais que isso, estimulam à violência.
Os meios de comunicação no Brasil se tornaram, assim como tudo o mais, meros palanques eleitorais, vendendo imagens falsas e criando ícones a partir de pessoas visivelmente descomprometidas com a verdade, com o jornalismo ou com a política. Basta buscarmos a quantidade de vereadores e deputados eleitos unicamente por terem se tornado conhecidos após se tornarem apresentadores dessas resenhas policiais vespertinas, principalmente. São muitos e quase todos se mostram políticos inúteis.
Alguns grupos como o ANDI e o INTERVOZES tem se posicionado em defesa de uma efetiva democratização da comunicação no Brasil. Mas precisamos todos nós, cidadãos desta república, atentarmos para a gravidade dos fatos e nos posicionarmos com firmeza enquanto algo pode ser feito. Cabe a cada um de nós, fazer!!!

O cidadão brasileiro e os princípios republicanos.


Weverton Duarte Araújo


Podemos entender uma república como uma sociedade administrada com foco no interesse público, ou seja, um grupo de pessoas que aceitam se submeter a leis por elas mesmas estabelecidas, através de representantes escolhidos para tal fim. Tais leis devem visar à proteção da “res pública”, ou seja, do patrimônio comum daquele grupo de pessoas.
As leis de uma república jamais devem ter como objeto o interesse individual ou a proteção do individual, mas essencialmente, o bem comum, a proteção do grupo e de seus bens comuns. Rousseau (O Contrato Social) diz que “numa legislação perfeita, a vontade particular ou individual deve ser nula”.
Os cidadãos de uma república precisam necessariamente ser ativos e responsáveis, dotados de capacidade de administração do bem privado, ou particular, a fim de que o estado não se torne “pesado” e autoritário.
O sistema de governo brasileiro é republicano federativo presidencialista. Isso quer dizer que não temos um mandatário personificado em um monarca, ditador, imperador, etc. O chefe de Estado e de Governo (presidente da república) tem seu poder limitado pela Constituição Federal e fiscalizado pelos poderes Legislativo e Judiciário, não podendo ser visto como o único responsável pelos erros e acertos do período de seu mandato. Nossas leis são (ou deveriam ser) criadas por assembleias ou câmaras legislativas em âmbito municipal, estadual e federal, com foco na manutenção do bem comum.
Essas sim, são as instâncias às quais o povo deveria recorrer, das quais deveria cobrar e exigir. Nossos municípios e estados (se estivéssemos mesmo em uma república) deveriam ser autônomos, como se fossem pequenos países unidos em uma federação, podendo legislar particularmente em grande parte de assuntos e interesses.
Mas é notório o desconhecimento da grande maioria da população em relação às leis de seu município, de seu estado e da federação como um todo. E se considerarmos a enorme facilidade de acesso que se tem hoje em dia, com a popularização da Internet, ninguém pode alegar desconhecimento de qualquer lei, ou dos processos legislativos em vigor. Com poucos cliques em um computador, "tablet" ou "smartfone", podemos acessar todo o nosso sistema legal, desde os códigos centenários, até uma lei publicada ontem.
Maquiavel nos trás a ideia de que uma república virtuosa é formada por cidadãos virtuosos, ou seja, dotados de virtude, que cultuam a virtude. O que falta então, ao cidadão brasileiro, para que se posicione adequadamente em seu lugar na república da qual faz parte?
O que lhe falta para que seja como tantos no passado, que fizeram diferença, agindo como legítimos republicanos, responsáveis e ativos? Temos vivido nos últimos anos, momentos de expansão dos sistemas de comunicação. A cada dia nos é disponibilizado um aparelho ou um aplicativo de comunicação mais moderno, mais barato e mais acessível.
Não há como se negar esse fato. Mas é possível se observar a clara má utilização e o desperdício que se faz de tais recursos. Usa-se as redes sociais para divulgação de boatos, correntes, simpatias, mandingas e todo tipo de futilidade, numa demonstração de imaturidade que beira à imbecilidade.
Em uma república, os cidadãos devem ser ativos e participantes da política, não se deixando tornar dependentes e estando dispostos a lutar pela defesa do bem público.
O mesmo não ocorre no liberalismo, ideia que cada vez mais se assimila nos nossos dias e a partir da qual, o estado Democrático de Direito se impõe, privilegiando a legalidade em detrimento da legitimidade. O direito do indivíduo se sobrepõe ao da sociedade. Observemos que nem sempre o que é legal é também legítimo.
Há que se pensar então, se queremos viver em uma república, em uma democracia liberal, ou sob outro sistema de governo e administração.

Queremos cidadãos ativos, capazes de defender seu patrimônio particular e ainda de lutar em grupo pelo bem comum, ou queremos cidadãos dependentes do sistema legal, que tenta (raramente consegue) proteger o direito individual, mas gera um indivíduo tão competitivo, que inviabiliza a vida em sociedade? 

Queremos (monarquia – ditadura militar) um ditador que nos oprima, mas nos proteja até de nós mesmos? 

Ou queremos (liberalismo regido pela economia de mercado) um governo que não nos constrange, mas que nos rouba até a última gota de suor? 

Ou ainda, podemos e queremos nos auto-governar, (neoliberalismo – estado mínimo) deixando ao Estado apenas as funções essenciais ao bom cuidado da coisa essencialmente pública?

Diante disso, que tipo de governo nós queremos?

Observemos que a sociedade está em mudança, em transformação constante e especialmente, nos últimos tempos, temos visto inúmeras ações individuais e até coletivas, as quais apontam para uma insatisfação generalizada, não apenas com os partidos, com os governantes e políticos em geral, mas com o próprio sistema.
Muitos cidadãos estão agindo de forma não prevista pelas convenções sociais, tanto em atos ilícitos em si, quanto em reações a esses ilícitos. Isso pode apontar para a necessidade de atualização do sistema, que já não atende às demandas.
Assim como dito por Rousseau, o estado natural do homem chegou a um ponto de não poder mais se sustentar, precisando ser substituído pelo estado civil, também as formas de administração do estado civil, de certa forma “caducam”. Há que se renovar. A evolução humana requer revolução social.
Estamos em meio a uma revolução social. Isso requer, como podemos aprender com as revoluções do passado, ações pontuais e contundentes, planejadas e muito bem estudadas.
Há que se preparar para isso.