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Empresas substituem mães?




Em uma reunião de família, mais exatamente, no aniversário de 73 anos do meu pai, tive a oportunidade de bater papo com parentes e amigos que não vejo todo dia. Como não gosto de perder oportunidade, tendo surgido o assunto, voltei à tona com meu tema predileto dos últimos tempos, quiçá de sempre, ou seja, a causa, ou as causas do desmantelamento da nossa sociedade.
Lembramos o caso recente de uma criança de pouco mais de um ano de idade que foi mordida por outra, de idade aproximada, em uma creche, ou "escolinha", em um município da região metropolitana de Belo Horizonte. Obviamente, diversas opiniões surgiram. Foi bom ouvir minhas irmãs, minha tia, meu pai e outras pessoas, já que são essas pessoas que, na verdade, compõem a sociedade. Essas mesmas pessoas que compõem nossas famílias. Cada família com suas particularidades e seus conceitos diversos.
Então surgiu minha oportunidade de voltar ao meu polêmico tema. Minha pergunta a todos foi: Onde estavam as mães das crianças no momento do fato? Porque não estavam elas cuidando de suas crias?
Ser mãe, como podemos observar em todos os animais, exige dedicação, renúncia. A experiência nos mostra que os filhotes de seres humanos são totalmente dependentes de cuidados básicos. Até muito mais tarde que a grande maioria dos mamíferos, precisamos de alimentação, higiene, contato com a mãe. Sem esses cuidados nossos filhos não sobrevivem.
Então, minha inquietação se prende ao seguinte problema: As mulheres adquiriram espaço na sociedade. Se emanciparam. Atualmente há mais mulheres que homens nos bancos das faculdades, na maioria dos cursos. Nas empresas, nas oficinas, nos postos de gasolina, mulheres ocupam as mais diversas funções e os cargos mais altos. Isso não seria problema, se essas mesmas mulheres não desejassem, ao mesmo tempo, exercer o sacerdócio da maternidade.
As mães modernas estudam e trabalham, se realizam. Elas estão mudando o mundo. Ocupam a lacuna deixada pelos guerreiros ou pelos vagabundos. São dignas de admiração. Mas, quanto à maternidade, convenhamos, há décadas, deixam a desejar. Nesse caso das mordidas, as duas crianças foram abandonadas pelos pais, aos cuidados de pessoas que, por mais boa vontade que tivessem, estariam desempenhando um papel de outrem.
Podemos entender, se uma criança de cinco anos é levada pelos pais à escolinha, para começar a se socializar, a conhecer ambientes além da família. Mas, criança de apenas um ano precisa acima de tudo do contato com a mãe, do cheiro da mãe, do calor de seu colo, da sua voz. Não há como você pagar alguém e querer que seu dinheiro transforme tal pessoa em mãe do seu filho.
Mas o grande reflexo dessa mudança de atitude das mulheres só pode ser percebida anos depois, quando os filhos crescem desajustados, sem compreender o significado da palavra não. E nunca vão poder ser cobrados, porque as funcionárias das escolinhas jamais dirão não para os filhos de seus clientes, até mesmo para não perdê-los como clientes. Daí, as mães modernas não passam de parideiras, que não amamentam, não dão carinho, não ensinam, não protegem. Pagam para que outros o façam.
Agora, depois do acidente, os pais da criança mordida, assim como a imprensa faminta de escândalo, já buscaram todos os defeitos e descobriram todas as irregularidades da "empresa substituta da mãe" onde as crianças foram abandonadas à sorte. Vão querer indenização, fechar a empresa, etc. Vão processar a empresa por abandono de incapaz. E pergunto: quem abandonou primeiro? A quem caberia primeiro o dever de cuidar, de proteger? 
Mas as mães de hoje são bastante espertas e arranjarão outros meios para se esquivarem de sua responsabilidade em relação à criação de seus filhos. Dessa forma, esses substitutos, sejam empresas, escolas, ou qualquer outra entidade, menos as próprias progenitoras, serão os responsáveis e culpados pelo fracasso de tais indivíduos quando se tornarem adultos instáveis, desequilibrados, já que privados do essencial pela omissão daquelas que optou por trazê-los ao mundo e ao mundo os abandonaram.


Triste o futuro deles e do mundo.

ANABELA DUARTE

Assim será.
Não podia ser melhor.
A vida a continuar.
Bem-vinda criaturinha,
Este mundo já te espera.
Linda como a mãe será?
Ao pai os olhos puxará?

Deus há de abençoar
Uma flor a nós dará
A nos trazer emoção
Rir muito e até chorar
Ter feliz o coração
E nunca mais sós ficar.

Marina, morena, você pintou!!!

A cada movimento no tabuleiro do xadrez da vida política brasileira, mais confusos ficamos nós, expectadores que somos, sem poder de remover essas peças defeituosas que, por nossa ignorância, por falta de lermos O Príncipe de Machiavel, ali colocamos e agora temos que suportar.
Observemos a ex-senadora e ministra Marina Silva, figura emblemática e que impõe respeito pela aparência séria e bem comportada. Deu de se bandear justamente pros lados do PSB, um partido sabidamente construído, montado, como um boneco Frankenstein, para atender a interesses não do povo, mas, de seus alucinados pais, políticos profissionais, que desejam a permanência eterna nas posições de comando que ocupam, ou aspiram, burlando a morte, se possível.
Marina, que despontava como uma possibilidade de síntese à pífia dialética PT/PSDB, simplesmente deixa de existir. Simplesmente abandona o barco, após a primeira marolinha imposta pela negativa do registro de sua sonhada REDE, na qual muitos já acreditavam poder um dia embalar sonhos de dias melhores. Até aí, tudo bem. É fácil nos colocarmos no lugar dela e imaginar a decepção, a frustração de uma pessoa que demonstrava até então, vestir a camisa dos ideais por ela publicamente defendidos, de encontro com a  falta de ética e de propostas, tão comum no meio político brasileiro.
Marina, que nos inspirava até ontem mesmo, a confiança da cara sofrida e marcada pela dor dos povos do norte e do nordeste do país, sofredores crédulos, agora sem saber em quem ou em que acreditar, já que o único ícone vivível da resistência ao liberalismo tresloucado ou ao esquerdismo desmedido, cedeu ao golpe da desorganizada e manipulada justiça eleitoral brasileira, atenta a detalhes, mas incapaz de enxergar os ratos que infestam os porões que deveria ela proteger.
Marina dos pobres dos seringais, se uniu aos ricos industriais, aos fazendeiros, aos senhores de terras de Pernambuco. A mais remota possibilidade de aproximação com seus ideais ecológicos. O que tem eles em comum com o conceito de sustentabilidade? Que o governador Eduardo Campos esteja fazendo uma boa administração em Pernambuco, sorte dos pernambucanos. Mas, boa administração também fez o senador Aécio Neves, quando governou Minas Gerais, nem por isso atraindo Marina para o PSDB, ou angariando em nível nacional, simpatia suficiente para enfrentar o PT, tal como Eduardo.

Como a Marina de Caymmi, nossa aguerrida Marina se pintou de outras cores, procurou outros amores. Terá ela, por efeito da pancada dada pelo TSE, se esquecido de suas origens e ido se aliar a tão pouco provável possibilidade? Marina, que era tão bonita com o que Deus lhe deu, não me deixa opção.... tô de mal.