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Ato heroico? SQN.

     No dia 07 de julho de 2016 o Brasil assistiu apático e impassível, a mais uma cena patética do "pastelão mexicano" no qual se transformou a ridícula trama envolvendo a presidência da câmara federal de deputados do Brasil. Eis que o seu principal personagem (cujo nome não merece ser escrito nem mesmo em uma simples resenha de um não menos simples blog de um pouquíssimo conhecido amante da filosofia, este que vos incomoda as retinas), resolveu como disse um de seus cupinchas, por um "ato heroico", renunciar à presidência que já não ocupava e que certamente não poderia mais ocupar, pelos mais diversos e comprovados motivos.
     Ora, o deputado que teve a infelicidade de dizer diante das câmeras de TV que isso foi um ato heroico, sinceramente, também não merece que seu nome seja pronunciado. Prova aquele ignóbil mandatário ser indigno do cargo que ostenta e para o qual foi eleito, não para defender vergonhosamente um ladrão descarado como já ficou mais que provado ser seu patrocinado. O mentecapto investido da procuração pública não domina sequer o conceito da palavra "herói", o qual ofende ao atribuir a um larápio trapalhão que contribuiu para manchar de forma quase irreversível a história do legislativo brasileiro, a qual já não era tida em elevada consideração por grande parte da gente honesta deste país.
     Fato é, que o conceito de heroísmo tem seu sentido empobrecido e vilipendiado a cada vez que é tão equivocadamente mal utilizado. Cunhado sobre valores éticos e morais dos mais apreciáveis, não pode ser alcunha de tão vil e indigesta figura. Um fanfarrão abusador da boa fé de grande número de eleitores, que por anos insistiram em agraciá-lo com seu crédito, apoio e confiança. Nem Lucius Antonius Rufus Appius, o primeiro "larápio" da história, teria agido com tanta falta de caráter.
     Herói, não. Qualquer outra coisa, menos desvalorizar de tal forma a imagem de outros seres humanos aos quais com justiça tal honraria foi dada. Não se compare esse hipócrita que tanto mal tem causado ao nosso Brasil, com os verdadeiros heróis que a história imortalizou pela bravura, pela lisura, pela honradez e por práticas abnegadas.  Não se misture esse tipo de pessoa aos verdadeiros heróis que sobrevivem honestamente às injustiças e às tantas dificuldades do dia-a-dia nessas terras inóspitas e mal administradas, embora ricamente abençoadas pela indulgente natureza. 
Poupem-nos disso pelo menos.