O montanhismo
é um esporte que pode ser praticado por praticamente qualquer pessoa. É chamado
de esporte de baixa ou média montanha, praticado a níveis abaixo dos 2500m.
O alpinismo,
por sua vez, é um esporte de alta montanha, praticado por pessoas com domínio
de técnicas adequadas a altitudes superiores aos 2500m, com o uso de
equipamento específico e preparo físico e psicológico suficientes para
enfrentar um desafio de alto nível.
Os alpinistas
são pessoas desapegadas, dadas ao silêncio e à reflexão. Muitas vezes são
taxados de tímidos ou pouco sociáveis, mas, ao contrário disso, quando expostos
à adversidade, se mostram dispostos a conviver com o sofrimento de seus pares,
compartilhando o calor do próprio corpo se preciso for, para evitar a
hipotermia letal, tão comum em seu ambiente de atividade.
Eles carregam
seus companheiros em piores condições até um lugar seguro, provando serem
movidos por um inabalável espírito de equipe e de uma postura fraterna, que
ultrapassa o ambiente profissional, vai além do desafio individual de
realização pessoal.
Quem convive
alguns anos com um alpinista, sabe que ele não é um colecionador de comendas e
títulos, mas um verdadeiro guerreiro, por mais que sua aparência exterior
indique o contrário.
Portanto, ver
um alpinista chegar ao topo do Aconcágua ou do Everest, depois de passar pelos
desafios ininterruptos da escalada, é motivo de inspiração. Ele soube respeitar
seus limites e as imposições da Natureza. Ele respeitou, protegeu e apoiou seus
companheiros, sem vergonha de dizer que dependia deles.
Muitos homens
passam pela vida nas baixas altitudes. Cumprem seu destino de montanhistas e ao
fim de sua jornada, passam a compor o rol dos anônimos que meramente agregaram
algo à paisagem tranquila e florida dos campos da baixas altitudes.
Mas os
alpinistas, aventureiros por natureza, muitas vezes pessoas humildes e
modestas, que não se acovardam diante do desafio dos lugares frios e inóspitos,
cumprem seu papel de forma limpa e invejável, sem fazer alarde, sem chamar os
holofotes, sem esperar medalhas e até dispensando promoções... Essa classe de
homens merece, ao alcançar o topo do Himalaia, receber de seus parceiros,
colegas, chefes e comandados, o devido respeito, o aplauso sincero e a
declaração pública de admiração.
Meu chefe e amigo, Delegado Sebastião Figueiredo, fincou sua bandeira no ponto mais alto da carreira profissional à qual
se propôs. Já pode ir criar galinhas no Himalaia. Ou não!!!