Tem algo
muito estranho na forma como nós lidamos com as coisas. E digo nós, pois parece
que isso está entranhado na nossa cultura, de modo que em todas as áreas
podemos perceber atitudes muito parecidas. Vejamos...
Temos uma
instância federal chamada CONTRAN, que parece ser habitada por seres de outro
planeta, ou por idiotas completamente incapazes de pensar, se não de larápios
safados. Sim. Só pode ser uma dessas opções, para levar as pessoas com o maior
poder de decisão em um assunto tão sério como a sua competência, já que é o
órgão máximo normativo consultivo e coordenador da política nacional de
trânsito e responsável pela regulamentação do CTB, a agir de forma tão
contrária ao bom senso.
Ora, as
pessoas que administram esse conselho ou são totalmente incapazes, ou estão
brincando com coisa séria. Baseio-me, para trazer apenas os dois últimos casos
mais gritantes, na verdadeira palhaçada que se tornou a falta de critérios em
relação aos extintores de incêndio e os cintos de segurança.
Primeiro, os
ilustres energúmenos conselheiros do trânsito brasileiro determinam que todo
veículo tem que passar a usar um determinado tipo de extintor de incêndio e dão
um prazo para a substituição, ameaçando de multa o cidadão que não respeitar a
douta decisão.
Todos
corremos e investimos na segurança, compramos os inflacionados extintores, já
que o mercado não ia perder a oportunidade de subir o preço, considerado o
exíguo prazo estabelecido pela resolução. E não é que, poucos meses depois, ao
invés de cumprir a ameaça de fiscalizar o uso do novo equipamento, o mesmo
conselho resolve extinguir a obrigatoriedade do uso de qualquer extintor?
O mesmo ocorreu com os cintos
de segurança. Tornaram obrigatória a utilização do cinto de três pontas. E as
multas pela não utilização do equipamento são aplicadas até por meio de câmeras
de vigilância em algumas cidades. Pois já está ventilando por aí que os caras
estão cogitando autorizar a volta do cinto de dois pontos, outrora julgados por
eles mesmos como ineficientes. Os caras parecem estar experimentando. Resolvem
que vai ser assim e tornam obrigatório, depois percebem que não era bem assim.
Aí tornam obrigatório voltar ao modelo antigo. Depois liberam geral. Até
quando?
Esses são os mesmos doutores
que criaram e tornaram obrigatórios, sob pena de multa, o kit de primeiros
socorros, as faixas adesivas reflexivas para caminhões, capacetes e coletes de
motociclistas, entre outras inutilidades. Também são os que mudam os modelos e
os tamanhos das placas dos veículos de tempos em tempos, obrigando o
proprietário a consumir produtos. Agora chegaram ao cúmulo de aderir a um
modelo de placas padronizado para o Mercosul, obrigando a todos os proprietários
de veículos do país, mesmo os que nunca vão nem mesmo passar por perto de uma
fronteira, a gastar com mais essa inutilidade.
Para completar a demonstração
de falta de competência, empurraram a obrigatoriedade de se circular nas
rodovias com farol aceso durante o dia, sob o pretexto de que isso aumenta a visibilidade
e evita acidentes e com multa para o “infrator”.
Parece que existe um mecanismo
de promoção de produtos, de modo que assim que um produto é totalmente “vendido”,
outro é criado. Isso devia ser alvo de investigação, de CPI "et al".
E o que se faz contra isso?
Nada!!! Aí não dá pra levar o Brasil a sério.