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Ano novo, uma ova !!!



Outra vez somos invadidos pela onda de felicidade, de desejos de paz, de saúde, disso e daquilo, que surge como que por milagre nos corações esperançosos dos povos ao findar de mais um ano.

Que loucura é essa? Que é isso que estamos fazendo? O que está terminando ou começando mesmo?… Nada!!!

O tempo não existe em frações semanais, mensais, anuais, como o marketing comercial espertamente propaga, entorpecendo a compreensão das massas e nos guiando a comprar e descartar, para comprar novamente. Nada há de novo nisso.

Na verdade, a única coisa que podemos afirmar é que existem dias e noites. Podemos afirmar que as noites sucedem os dias, que sucedem as noites que sucedem os dias que se sucedem. Nada mais.

E mesmo isso, vai depender do ponto de vista do observador. Se alguém se afastar da terra e ficar parado no espaço, receberá ou não a luz do sol continuamente. Assim, a sensação de dia e noite só existe pelo fato de a terra girar em torno do próprio eixo. Isso quer dizer que se a terra apenas girasse em torno do sol, mas sem girar em torno do próprio eixo, seria sempre dia em um ponto e sempre noite em outro, ou algo bem próximo disso.

Mas inventaram os janeiros e os dezembros. Inventaram as datas e as horas e nos escravizaram ao calendário. Nos obrigam a comprar presentes e a repetir frases ridículas, como “Feliz aniversário”, “Feliz Natal” e “Feliz Ano Novo”. O que há de novo? Nada. Apenas os dias são novos, pois tudo o mais se repete a cada dia. O sol nasce e se põe, não por ser um sol novo, mas porque se repete o movimento da Terra, conforme propusemos acima.

Nosso tempo de vida deveria ser contado em dias, pois os anos não existem, os dias sim. Aliás, porque contar os dias? Só pra competir? Pra saber quem conseguiu mais? E o que não conseguiu? Que se dane?

Quanto está sendo gasto nesses dias e noites em fogos de artifício, em festas, em comida e bebida onde isso é possível? E onde não é possível? O que há de novo para os que nada possuem e nada podem esperar? O que há de feliz?

No salmo 90:12, (Bíblia Sagrada) o sábio pede à divindade que lhe ensine a contar seus dias, de modo que alcance a sabedoria. Ao que parece, a oração foi legada ao esquecimento romântico das páginas bíblicas. Não queremos corações sábios, mas, o poder de conquistar coisas.

Assim, nossos dias são como o vento. Se vão em vão, sem sabedoria, sem novidade. Mesmo porque, de novo mesmo, só o dia de amanhã.

Ano novo, uma ova!!!



O vídeo relacionado a este texto está em:  http://youtu.be/VjqzmB3msWY
                                                                          Clique aqui e assista.

Morreu Niemeyer. Perdemos o quê?


O homem das curvas e dos desafios arquitetônicos, dos vãos escandalosos e das sustentações improváveis.
Mas, o que perdemos com sua ida? Na verdade, muito mais que um arquiteto ousado e uma daquelas pessoas que se antecipou à maioria dos normais de seu tempo. Niemeyer era um comunista convicto, embora tenha vivido seus cento e cinco anos em uma sociedade que nunca lhe deu qualquer esperança de ver sua utopia tornada real. Nem que ele vivesse mais cem anos.
Então, qual o grande exemplo que este brasileiro de sobrenome alemão, fortemente influenciado pelos ideais libertários marxistas, em alta nos idos de sua juventude?
Isso mesmo. O que mais ele pode ter deixado de exemplo, além de suas realizações artísticas, as quais lhe renderam títulos e honrarias além da média, senão sua capacidade de conviver com a adversidade reinante entre sua forma de enxergar o mundo e sua oportunidade de viver no mundo?
Se o tomarmos por exemplo, certamente nos veremos obrigados a pelo menos três atitudes de grande impacto:
1- Viver 105 anos coincide com ser resiliente o suficiente para suportar tantas mudanças quanto todo esse tempo trouxer;
2- Viver em um tempo de regras sociais e econômicas opostas àquilo que se considera adequado, obriga o sujeito a viver uma vida dupla, sonhando com a liberdade coletiva e construindo a própria prisão;
3- Viver e não se entregar à morte, às ditaduras, aos vícios e aos impulsos dos próprios desejos, é viver mais para o outro e menos para si mesmo.
Não vivi cada dia ao lado desse ilustre mais que centenário, mas, sua insistência em parecer firme, em querer ser visto trabalhando até quando suportou, certamente não é o que observamos na maioria do nosso povo. Aliás, trabalhar é o que menos nosso povo quer.
De qualquer modo, não existiriam medalhas e condecorações, memoriais e homenagens suficientes, para que todos fossemos como ele. Que seu exemplo possa ao menos inspirar alguns dos nosso jovens, para que não morra a semente desse tipo de ser humano, idealista e realista.

Deus não seja clamado.




Querem tirar a inscrição “Deus seja louvado” do dinheiro brasileiro. Pois bem, é o que falta. Já que tiraram Deus, ou o que a evocação dele representa do ponto de vista da ética e da moral, do ideário social de nossa cultura, em nome da afirmação do laicismo do Estado. O mesmo já foi proposto em relação à retirada do crucifixo de órgãos públicos e por aí vai... Que pretendem os que propõem tais medidas? Tirar da sociedade talvez a única barreira que ainda a mantém com pelo menos um pé fora do barbarismo?

Tiraram Deus dos ensinamentos que os pais davam aos filhos, de modo que hoje estão sendo criados monstros sem fé, sem crença, sem temor e sem esperança. Hoje os homens se acham no direito de matar o sujeito que tentou evitar que lhe levassem o patrimônio recém-adquirido a custo de muito trabalho. É assim, matam por matar, sem um motivo ”justo”. Também pudera: o pai não pode dar uma palmada nesse menino arteiro. O Estado lhe retirou tal poder. Ele vai temer a quem?

Tiraram Deus das escolas, pois o conteúdo do “ensino religioso” que se pratica atualmente é ridículo. Fala de tudo, menos de religião. Temo inquirir um dos nossos jovens sobre seus conceitos e conhecimentos sobre o tema. E ai do professor que se atrever a tentar colocar algo na cabeça, principalmente dos alunos da escola pública. Vai apanhar e perder o emprego, sem poder esboçar qualquer reação.

Antes, quando as pessoas ainda temiam a possibilidade de serem punidas por um deus que estava em todos os lugares, a tudo via e de tudo sabia, tais barbaridades não aconteciam com tanta frequência. O grande outro, representado pelos pais, pela escola, pelo Estado, pela Lei, por Deus, perdeu seu sentido, sua eficácia simbólica.

Sem uma imagem de PAI forte, sem uma imagem de MÃE forte, não há uma família estável, nem uma sociedade equilibrada. Quem vai ensinar às crianças os valores básicos? Isso me parece óbvio. Mas, agora querem tirar o nome de Deus de tudo. Querem apagar o nome do pai e não oferecem nada em troca. Nada que substitua essa fonte de valores morais, de regras sociais.
Que pensam esses sábios do niilismo, que nada sabem, nada temem e nada oferecem? Apaguem o que parece símbolo de opressão, de mentalidade retrógrada, etc. etc. Mas façam um favor: coloquem algo no lugar. Não sejam tolos ao ponto de acreditar que o ser humano sobrevive à falta de lei, de ordem, de pais, de deuses.

Que assim seja. Mas, não quero ouvir depois o clamor do meu santo nome para vos salvar do desespero de não saber quem sois, nem de onde vinde, nem o que trazeis, nem o que desejais. Assim diria o Senhor.