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Somos todos tiriricas.... ainda.

     Fiquei calado até agora, até mesmo para evitar me expor, emitindo uma posição apaixonada, como o fizeram os "nobres" deputados no picadeiro da câmara federal, dedicando seu voto aos netos, a torturadores, a heróis e vilões que nada significam para os verdadeiros afetados por essa palhaçada nacional, que beira à necessidade de internação compulsória em defesa da segurança nacional, de grande parte dos representantes do povo brasileiro, com base na demonstração pública de evidente boiotismo.
     Mas a coisa está tomando rumo trágico, embora a massa continue fazendo piada, como se tudo fosse um grande circo. Continuamos todos permitindo que a cada dia o restante do mundo veja mais claramente o tipo de gente que somos. Só nós mesmos não o enxergamos, embriagados que ainda estamos pelo efeito da liberdade de expressão e de manifestação, que esquecemos, foi conquistado por muitos (não todos) que agora se encontram na condição de inimigos públicos. Taxados, rotulados e embalados para descarte, por não representarem os interesses dos setores que antes lucravam solipsisticamente, a desdém do grande público de miseráveis, que afortunadamente não existem mais em tamanho número.
     Observemos o que estamos fazendo com nosso país, com nossa casa comum. Partamos do princípio de que uma sociedade organizada, para se sustentar precisa se balizar por leis, as quais precisam ser cumpridas por todos, independente de que todos percebam tais leis como boas. É fato inegável que o Brasil passa longe de se enquadrar nesse princípio. Aqui as leis não são criadas para serem cumpridas, mas para serem interpretadas. A cada novo ilícito cometido, nova interpretação da mesma lei, conforme o poder de manipulação do infrator.
     Nossas leis são criadas por pessoas eleitas com base em sua capacidade de autopromoção. O mérito, o conhecimento de administração, a história pessoal é o que menos importa ao eleitor, que na maioria das vezes, nem sabe o que vai fazer o representante no qual vota. Assim, cada entidade representativa de classe entende as leis conforme os interesses de sua classe. Os juízes não conseguem encontrar uma posição de consenso, tamanha a vacuidade do texto normativo.
     As pessoas estão começando a agir por instinto, movidas por informações vagas, veiculadas de forma irresponsável, cobertas por interesses escusos. Tem gente boa, jovens estudantes, invadindo e destruindo patrimônio público por causa de "merenda". Não nos esqueçamos de que isso vai custar muito caro para as gerações vindouras. A cada dia perdemos mais o respeito da comunidade internacional.
     Mas, agora, os representantes do povo estão extrapolando publicamente os limites da razoabilidade. Nem se preocupam mais em esconder o mal feito. Presidente da câmara federal pode fazer qualquer coisa e até mesmo desfazer no dia seguinte, como se não houvesse mais ninguém a sua volta e ele pudesse engolir o que excretou ontem sem que o mundo percebesse o odor do excremento. Tratam a coisa pública como se fosse a privada de suas casas. Como eu, abusam do trocadilho.
     Acontece que o mundo está com os olhos voltados para o Brasil. O mundo está vendo a merda na qual estamos permitindo que esses mentecaptos transformem o maior país da América do Sul. E o mundo tem todo o direito de rir, pois a situação é patética, risível, hilária (para quem não é brasileiro). Agora o mundo todo está vendo o que realmente somos. O Brasil é um grande circo de pulgas. Somos todos tiriricas.