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Eterna procura


                            Weverton Duarte Araújo


Eterna procura
do que não há como saber
é ter na loucura
a cura do que se quer ser...

E ver no futuro
um furo a rever...
verter a amargura,
a agrura do ter que ter...

Reter na soltura,
arder na doçura
no breu da candura
dura pra sempre o sofrer.

A menos que sem censura
sem dó, sem dor, sem poder...
Num ato de defesa pura...
fuja aos pulos do não ser.

Só se assim for, eis a cura,
eis o que disseram não haver.
Mas não quero, é fuga pura,
se só assim tiver que ser.

Pois assim, a mim se mistura
o que não vi de mim nascer
vem de ti, do outro, a tal cura
não quero!!! por mim, vou crescer.

Nos deram espelhos...

Nos deram espelhos...
Weverton Duarte Araújo

Nos últimos dias a imprensa e as redes sociais estão sendo bombardeadas com “denúncias” contra a estrutura do STF. Os ministros estão sendo achincalhados e a instituição completamente desmoralizada. É fato que a côrte maior da Justiça brasileira não faz jus à pompa que ostenta, nem mesmo exerce adequadamente seu mister, como qualquer cidadão com um mínimo de instrução pode perceber. Mas, me pergunto: o que há por trás dessa campanha de desmoralização? O que pode resultar desse denuncismo aparentemente gratuito?
Ora, sabemos que uma das técnicas da estratégia bélica e da ocupação imperialista é a desmoralização do inimigo diante de seus próprios pares. A disseminação de boatos e até mesmo de fatos, de forma organizada e sistemática, focada em um determinado ponto, tem como objetivo a criação de um estado de ânimo na população em relação a uma imagem, uma pessoa, um sistema de governo, uma religião, etc.
Tudo isso pode ser comprovado pela história. Basta olharmos para trás e para os lados. Não muito longe de nós. O regime militar que se impôs sobre o Brasil em 1964 sofreu esse bombardeio ideológico até não se sustentar mais, por mais que mantivesse a ordem e um certo progresso. O regime democrático que o sucedeu a partir de 1985, embora tenha sido responsável pela libertação de grande quantidade de pessoas da fome e da miséria, não foi capaz de manter a ordem e está se desmoronando.
Mas, o que não se percebe claramente é que existem forças agindo na obscuridade dos bastidores políticos, plantando uma tendência à desobediência civil. Isso é muito perigoso para a soberania nacional. Quando se permite o desrespeito às instituições (seja pelo povo, ou pelos administradores), está se autorizando a desordem generalizada. E já estamos à beira dela.
Não me iludo ao crer que há outro golpe em andamento. E se os militares tomarem o poder, ou se o povo, movido pela insatisfação, eleger um indivíduo que se declara pronto a desrespeitar a liberdade em favor da ordem, vamos nos oferecer à intervenção da regulação externa. Não tenho a menor dúvida de que os Estados Unidos adorariam fazer aqui o mesmo que fizeram no Iraque, no Afeganistão, e em outras partes do mundo. E eles logo terão argumento para fazer isso com o apoio do resto do mundo e até de muitos de nós mesmos.
Saddam Hussein não tinha nenhuma arma química. Osama Bin Laden nunca ofereceu perigo ao mundo.
Ou seja, estamos passando ao largo de mudar para melhor, se continuamos a desvalorizar as instituições ao invés de limpá-las e fortalecê-las. Observemos a campanha de desmoralização de nossas instituições e pensemos: Quem ganha com isso? Quem lucra em criar o caos na nossa sociedade? Quem cria as campanhas de desmoralização disfarçadas de trabalho jornalístico? Por que nos deram (gratuitamente) tantos recursos de disseminação de informações? E por que somos incentivados a ficar como zumbis, de olhos e mãos colados nas telinhas, compartilhando algo que nem sabemos de onde veio?
Querem que fiquemos ocupados, com os olhos e as mãos ocupados e colaborando para a implantação do projeto de enfraquecimento de nossos valores locais, para que quando vier a intervenção, não tenhamos olhos para perceber, nem mãos para reagir.

Se não pensarmos nisso rapidamente, fatalmente seremos vítimas de nossa própria  incapacidade de observar, pensar e agir adequadamente.