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Inexorável Destino



Queria gritar pra te abalar os tímpanos a esmo
Não pra te ferir, mas pra te fazer lembrado
Que tu não és o que acreditas ser, nem serás
Que tu não amas a ninguém, mas só a ti mesmo
Porque  é  assim  que foste  desenhado
E o que nem sabes que buscas, jamais acharás.

Queria que ouvisses a voz que vem daí de dentro
Que te compele à fúria de lutar contra a morte
E conhecesses o que diz teu interior sem tempo
Sem passado ou presente, sem futuro, sem sorte...
Mas o que ele fala destrói teu eu, corrói teu chão
Te desafia na tua fraqueza, e ele é forte
E te aflige todo dia ao tocar-te a pulsão.

Tenho pena de ti homúnculo dentro de mim
Que não sabe bem se é fêmea ou se é macho
Que não conhece o começo, nem domina o fim
E do desejo sem cura é eterno capacho.