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O desespero me ronda.

O desespero me ronda.

Não me canso de bater nessa mesma tecla, de dar murro nessa ponta de faca, de clamar no deserto, pois é isso que me move. Me incomoda sermos como somos e então eu grito.
Alguém aí poderia me livrar dessa dor, me mostrando o caminho pra nos livrarmos de um destino que parece nos conduzir inexoravelmente à autodestruição e à miséria moral. Não consigo depositar uma gota de fé na possibilidade de uma humanidade melhor, antes pelo contrário, a cada dia mais me decepciono conosco.
Nem todos os profetas, nem todos os budas, nem todos os gurus, guias, orixás, deuses e homens de boa vontade conseguiram fazer chegar aos nossos corações um pouco de bondade, de amor, de compaixão por algo que não sejamos nós mesmos ou, na melhor das hipóteses, nosso próprio reflexo no espelho.
E vamos vivendo, como se nada dependesse de nós. Ou vamos morrendo e deixando as coisas aí, sem ao menos assumir que não demos conta...
O profeta do Besteirol, da Babaquice, da Baboseira convida para darmos "uma aquecida na discórdia e ver o que acontece na casa". Seus súditos leais repetem o mantra "inconscientemente" e vão disseminando a discórdia... Ai da casa alma, da casa família, da casa sociedade, da casa planeta...
O guru dos desesperados pela "benção" convida a desafiar a fidelidade de Deus, depositando cada vez mai em sua "mala"... Aqui, não parece haver mais como iluminar o caminho, posto que os caminhantes optam por cerrar os olhos te tal forma, que pouco ou nada se pode fazer por eles... E nenhuma voz é forte o bastante para derreter a cera que entope nossos ouvidos.
O guia dos "sem pátria mas donos do mundo" aprende a manipular as palavras em seu discurso de posse, para agradar a todos os que parecem insatisfeitos no momento...
Os deuses continuam escondidos sob suas togas, mandando e desmandando, a uns dando e de outros tirando, como aos deuses é permitido...
E nós, cá permanecemos, calados como mocinhas histéricas submetidas a abrupta novidade. Enquanto isso, as crianças, os pedestres, as famílias, as cidades, o país e o mundo todo se desfazem em desrespeito e se destroem pelas próprias mãos, nossas mãos.
E o povo vai... vida de gado... marcado e feliz como cantou o Zé.

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