Semanas passadas (últimos dias de dezembro de 2012) eu conversava
com minha esposa enquanto assistíamos as mesmas notícias em várias
emissoras. Falávamos sobre a chuva, sobre a falta de chuva e essas
coisas. De repente nos demos conta de que até então, nenhum dos
telejornais tinham trazido ainda a costumeira e alarmante novidade de
todos os anos, acerca dos baixos níveis dos reservatórios de água
e das consequências daí advindas, como a possibilidade de
racionamento de energia, ou o aumento das “contas de luz”.
Anteontem a Globo deu uma de Veja e soltou um bombardeio de denúncias
(válidas) sobre o grande desperdício de dinheiro público investido
em usinas geradoras de energia, sem projeto adequado, causando
atrasos e prejuízos. Oxalá a imprensa brasileira toda trabalhasse
da mesma forma, sendo mais informadores de situação e menos
formadores de opinião.
Ontem à tarde choveu um pouco na região metropolitana de BH. À
noite choveu notícias e comentários em todos os canais, sobre os
baixos níveis dos reservatórios e bla bla bla e bla bla bla.......
A Presidenta (presidenta... até hoje acho estranho isso) convocou
desesperadamente os incompetentes que já deveriam ter se manifestado
há meses. Agora, “depois que a procissão já passou”... Os
ministros que deveriam entender do assunto não falam coisa com
coisa. As informações não se encontram. Nada bate. Todos
especulam. Ontem um deles falou que “agora, com o início do
período das chuvas”..... quase tive um troço. Então o início do
período de chuvas começa no meio de janeiro?
Não é óbvio que esses caras não sabem o que estão fazendo? Os
preparativos para enfrentar a situação já deveriam estar sendo
trabalhados desde outubro ou novembro, quando a chuva não chegou. Eu
não sou vidente, nem especialista nas coisas da pluviometria, mas,
convenhamos, qualquer um compromissado com a seriedade, tinha a
obrigação de antever, de se adiantar, de se informar...
Mas estamos no Brasil, onde nada é programado, onde nada é levado a
sério. No Brasil não existe estratégia, não existe inteligência
de Estado. Aqui o amadorismo é profissionalizado.
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