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Se correr o ladrão pega, se ficar o guarda multa.


Se correr o ladrão pega, se ficar o guarda multa.


Se correr o bicho pega.

Agora ficou provado que nós mineiros, ou pelo menos nós “belorizontinos”, não estamos mesmo imunes aos efeitos da violência, os quais não nos cansávamos de atribuir a sociedades desestruturadas como as do Rio de Janeiro e de São Paulo. Enfim, não podemos mais nos arvorar do título de cidade jardim, nem de metrópole com ares de interior, de povo pacato e desconfiado, pacífico e hospitaleiro. Eis que já somos como eles. Já temos bandidos dominando as favelas e decidindo quem entra ou quem sai.
A PM não sobe mais a Serra, onde os moradores, segundo relato de um deles, divulgado pela Itatiaia, são submetidos a revistas íntimas no meio da rua, se quiserem atravessar determinados limites territoriais. Antigamente se reclamava porque a polícia era quem abordava e constrangia os transeuntes na favela. Hoje são os “seguranças” do “estado paralelo” que ali se impôs, os responsáveis por esse trabalho, necessário para a segurança “institucional”, seja ela eleita pela escolha democrática, seja imposta pela vacância oriunda da omissão daquela.

Se ficar o bicho come.

Noticiaram que a prefeitura vai aumentar o efetivo de “multadores”, colocando em breve mais setecentos guardas nas ruas. Pra guardar o que? Guardar a caneta no bolso depois de multar mais um que depois de enfrentar o trânsito caótico, as ruas esburacadas e mal sinalizadas, não querendo pagar o absurdo que cobram os estacionamentos, conseguiu evitar de pagar o absurdo que cobram os flanelinhas e não pagou o outro absurdo que a prefeitura exige de quem quer parar no centro da cidade?

Pois é assim. Ou você se submete ao tráfico no morro, ou se submete à exploração no asfalto.
   
Alheios à realidade pululante, os governantes apresentam números mais que mal maquiados, que qualquer leigo é capaz de perceber. Alegam as autoridades escaladas para se expor, que temos experimentado uma redução nos índices de homicídio em uma proporção de quarenta por cento em comparação ao período no ano passado, ou ao mês anterior, sei lá. Mas se esquecem os nossos governantes, que os índices de homicídios, ou de crimes violentos, como preferem dizer, não refletem a situação crítica que na verdade temos vivido. O que temos sim, é uma desordem total, uma inversão de valores e de conceitos. 
É obvio ao menos intelectualmente desenvolvido dos nossos concidadãos, que Belo Horizonte não é mais um lugar seguro pra se viver, já que virou também terra sem lei, sem um governo de verdade, sem homens capazes de exercer o mais básico dos deveres esperados de quem governa: garantir ao cidadão de bem, cumpridor de seus deveres e pagador de exorbitantes impostos, o direito de sair de casa, trabalhar, se divertir um pouquinho que seja e voltar pra casa em segurança, para continuar mantendo essa louca estrutura em funcionamento.

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