Acabou a festa
Não podia dar
em coisa boa pra ninguém toda a manipulação empregada no circo do julgamento do
caso Eliza Samúdio. Observem a reação de cada personagem no desencadear dos
fatos. Conforme diminui a incidência de luz, de foco, também vai diminuindo o
interesse pelo caso e as coisas começam a ocupar o lugar que deveria ter
ocupado desde o início.
Para quem joga
xadrez, fica fácil entender e até prever o que está por vir. A imprensa já não
investe mais tanto esforço como ontem, quando o Bruno não podia levantar a
perna, que um repórter chamava a redação e adiantava: parece que o Bruno vai
peidar. Que lástima!!!. Fato é, que o que sempre acontece, aconteceu. As
amizades insuperáveis desmoronam, quando um advogado abre os olhos do sujeito
em relação ao tamanho da pena que lhe espreita. As máscaras caem e a verdade
ganha nova cara. Nova verdade se ergue. Quem não morreu, agora está morta
mesmo. Quem não sabia de nada, agora é o grande mandante, e por aí vai.
Isso é normal,
diante do desespero do encontro com a realidade da Justiça brasileira, na qual
a corda sempre acaba estourando para o lado de quem não tem recursos.
Mas, e nós? E nós que estamos a salvo de tudo isso,
como meros espectadores, muitos dos quais nem tem paciência para ler este texto
inteiro? Nós nos deitamos em berço esplêndido e seguimos nosso caminho, porque
a festa acabou. A comida já não é mais servida e isso não pertence a nossa
vida.
Amanhã, um
novo caso tomará lugar no noticiário e ocupará nosso tempo. Sejam os boatos de
que o PCC está “subindo” pra matar os policiais mineiros, seja o inconformismo
dos que esperavam que o cachoeira não saísse da prisão, ou até mesmo dos que não
se cansam de querer achar uma “pega” pra envolver o nome do ex-presidente Lula
em algum “rolo”.
Assim caminha
a humanidade. O que tardiamente descobri é que não há muito que se fazer, se o
alvo for o coletivo. Creio agora, que as coisas só tomarão rumo diferente, se
cada um, a partir de uma mudança de pensamento e de atitudes em relação ao
outro e ao mundo, faça sua parte sem esperar nada mais, como que tendo certeza
de que o outro vai fazer o mesmo. Assim sim, a festa teria outras cores.
Não parece
simples? Vou repetir: eu faço tudo o que gostaria que os outros fizessem e
deixo de fazer absolutamente tudo o que gostaria que os outros não fizessem,
sem esperar o mesmo do outro. O outro faz a mesma coisa e pronto. Olha a solução
para todos os problemas. Imagine se Israel parasse de querer tomar o território
dos palestinos e se contentasse com o que já tem. Imagine se os Estados Unidos
deixassem de querer ser os donos da verdade e não mais invadissem países só pra
ter onde gastar seus estoques de armamentos.
Voltemos a nossa realidade. Quem viu os filmes efeito
borboleta, pode tirar dali uma lição de vida: que o que está feito, está feito.
Não tente mudar, pois as consequências sempre vão estar lá, de uma forma ou de
outra. Isso pode ser aplicado ao caso que deu início a esta reflexão. Não há como mudar o que foi feito.
Cada tentativa de manipulação dos efeitos, gera novos efeitos e novos efeitos.
Melhor seria começar a plantar atitudes construtivas hoje, estercando-as com os
resultados putrefatos dos erros do passado e esperar a nova colheita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, deixe o seu comentário sobre o texto. Participe!!!