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Os desafios sociais da Igreja brasileira

Por Pr. João Weslley

Não são poucos e nem pequenos os problemas sociais brasileiros. A igreja evangélica brasileira tem desafios enormes nesta área. Porém, de início é preciso que encaremos com seriedade e maturidade o dilema de até onde podemos e devemos nos envolver nestes desafios. Que a igreja evangélica brasileira não deve se esquivar de sua missão integral é o nosso comum acordo com a declaração de Lausanne:

Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão.

É preciso sim que a Igreja seja a consciência da sociedade e a voz profética que denuncia os desmandos desta mesma sociedade. Não devemos como Igreja de Cristo, partir para a ignorância e violência, mas podemos e devemos fazer confrontações sociais sérias. Confrontação não é violência. Robert C. Linthicum (1996, pp. 171,2) explica:

Há muita confusão sobre a natureza da confrontação e da violência. Confrontação é simplesmente a atividade entre seres humanos na qual eles discordam, e devido a esta discordância, estão desafiando uns aos outros. A palavra significa literalmente “testa a testa” - isto é, as testas colocadas fisicamente uma contra a outra. É um encontro face a face, direto, procurando o fim da resolução.

Por outro lado, violência é o exercício da força física, a fim de ganhar uma disputa. Enquanto a confrontação é verbal, a violência é física. De uma forma mais profunda, essas palavras não são sinônimas, e sim antônimas, pois, em sua própria natureza, um ato de violência é a indicação de que a confrontação falhou. A confrontação boa e eficaz nunca deve levar à violência, mas à resolução do problema.

É nesse espírito de verdadeira confrontação que a Igreja deve encarar seus desafios sociais, com propostas terapêuticas para uma sociedade enferma. Portanto, empenhemo-nos pela dignidade do povo brasileiro. Reivindiquemos, pois, os seus e os nossos direitos: Saúde, segurança, educação, trabalho e salário digno.

E até onde podemos e devemos ir nesta questão toda? Até onde os direitos sejam verdadeiramente assegurados, o amor ao próximo evidenciado, a moral dignificada, o evangelho e o bom testemunho não sejam prejudicados e, sobretudo, o nome de Jesus seja glorificado.

O governo tem (e como tem!) suas culpas e responsabilidades, mas não podemos ficar indiferentes ao que ocorre em nossa volta, simplesmente criticando por criticar o governo. Pesa (e como pesa!) sobre o povo de Deus também a responsabilidade pelo bem-estar social do nosso país.

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