Compartilhe nosso conteúdo

As novas moscas azuis.

Centenas vinte e uma se arrastaram
de anos de labuta em vã procura
que tantos homens bons a si mataram
sem conseguir ao mal trazer a cura.
De tanto se esforçar se arrebentaram
sem ver a causa da própria loucura.

Como o insano "rei" que diz Machado...
movido pela vil excentricidade
e pelo torpe amor a seu império
já não se importa em ser tido por louco
espreme entre os dedos o belo achado
dá fim precoce à suma raridade
sufoca a mosca azul e seu mistério
e fecha a porta a tudo por tão pouco

Assim, o mundo e eu e todos nós
sem nos ater ao que mesmo interessa...
pra dentro e só pra dentro enfitamos.
Por fim, no fundo o breu e estamos sós
não nos valeu correr, viver em pressa...
pois nos perdemos em crer que lucramos.

Buscamos não o bem, mas sua forma.
Pra que ser?  Nos importava o parecer...
até que ninguém mais nos suportasse,
de tanto nossa falsidade conhecer.
Já que em ouro a mica não transforma
ainda que se burilasse a não mais poder...
e mesmo assim nenhum de nós parasse
na ânsia louca de parecer mais ter.

Barbosa até se envergonhou de ser honesto
Aos moços ora, implora por virtude
que não sejam silentes, mas se irem sabiamente
pra não deixar prosperar as maldades.
E eu de cá repito meu lúgubre canto infesto
e já com o peito abarrotado de inquietude
Pois não há  Ruis e Assis ultimamente
Nem há quem queira ouvir as verdades.

Weverton Duarte Araújo

Um comentário:

  1. Muito interessante o texto, irmão! Me lembrei de uma situação que aconteceu, falei umas verdades e isso me custou caro. Eu precisava, pois estava engasgado e angustiado, pessoas que sabiam e faziam "vista grossa", covardes, não gostaram, não me importei pois amigos meus estavam sofrendo por uma má administração dos nossos chefes. "A verdade liberta". Missão cumprida.

    ResponderExcluir

Por favor, deixe o seu comentário sobre o texto. Participe!!!