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A quem culpar, senão a nós mesmos?


     Logo após a explosão de violência desmedida e injustificável que temos observado nos últimos tempos, com assassinatos brutais, torturas em via pública, arremesso de vaso sanitário sobre a multidão, injeção de droga para matar o próprio filho, esfaqueamento da mãe e outras manifestações de insanidade partindo, não só das periferias ou dos guetos de pobreza, mas de todas as esferas da sociedade, não há como não se procurar uma explicação para a crescente incidência de tais atos.
     Vivemos em um país potencialmente rico, dotado de recursos naturais abundantes, mas habitado por um povo cujas raízes morais e éticas sustentam uma sociedade oportunista, hipócrita, individualista, imoral e corrupta. Não se acha entre nós um só justo, como diria Paulo aos Romanos.
     Se há oportunistas nos postos de comando, certamente foram colocados e ali mantidos pela massa hipócrita e corrupta, que ao eleger seus representantes, o faz movida por interesses pessoais, focada em demandas individuais, agindo em favor de um grupo menor, em detrimento da sociedade como um todo.
     Assim somos todos nós, em cujas mentes foi e continua sendo plantada desde a infância, a cultura do maior lucro pelo menor esforço. Sonhamos em ganhar na loteria, mas nem sempre nos lembramos de fazer a aposta.
     Não parece ser apenas um resultado proporcional do aumento da concentração da população, mas da diminuição da incidência dos efeitos sublimantes do processo civilizatório. A sociedade tem valorizado por demais os direitos individuais, ao custo do empobrecimento dos ideais coletivos.
     Assim, não há como se esperar do indivíduo, que ele mesmo, voluntariamente e sem qualquer incentivo, abdique de seus desejos em favor de todos os outros, que certamente não foram ensinados a agir da mesma forma.

5 comentários:

  1. O problema de qualquer sociedade decadente como a nossa, é moral. Estamos como o cão correndo atrás do rabo!
    Por falar em moral, aqui vai um tema para meu amado blogueiro desenvolver: Os quatro pilares da moral de uma sociedade chama-se:

    1. A Família - Os pais não podem mais corrigir os filhos
    2. A Escola - Os professores não podem mais disciplinar os alunos
    3. Deus - Foi banido
    4. A lei constituida - O povo não teme mais as consequências da quebra da lei, pois há mais leis que amparam o malfeitor do que protege o cidadão de bem.

    Sem estes elementos, não há como uma sociedade sobreviver.

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  2. Então... Fico pensando em como efetivar essa mudança do individual ao coletivo! Tudo vai esbarrar na EDUCAÇÃO. Sim! Mas, como? As instituições que faziam esse papel faliram. Como construir políticas que incentivem ou propicie a coletividade?
    Uma política de valorização do trabalho voluntário? Talvez fosse uma centelha de luz na escuridão da existência individualista do séc XXI !

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  3. Diante disso, penso individualmente, não consigo pensar numa ação coletiva. Penso que posso fazer algo eu mesma. Posso orientar e educar minhas filhas, para que mesmo que sintam-se sós na multidão, ajam e vivam justamente, sejam íntegras a todo custo. Façam a diferença ali aonde estiverem, pensando global mas agindo local.

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  4. " Necessário é que venham escândalos..." Essa é a fase histórica na qual vivemos. Ha que se quebrar os "ovos"(outro provérbio) para que se construa este omelete social. Devemos ser um pouco mais tolerantes com a nossa tropega evolução social.Analise a nossa história colonizadora, lembre-se de onde viemos e em que condições e situações. As "ELITES" brasileiras não se desapegaram ainda das chibatas e dos grilhões com os quais dominaram o povo. Esta transição não ocorre sem conflitos. Como formadores de opinião devemos ser tolerantes mas objetivos e mesmo que as vezes doa, nos iremos em frente . Um TFA Gil.

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  5. Relendo este comentário, me abismo em mim mesmo.Eu sou aquela ""cobra"" que engole o próprio rabo

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