A cada movimento no tabuleiro
do xadrez da vida política brasileira, mais confusos ficamos nós, expectadores
que somos, sem poder de remover essas peças defeituosas que, por nossa
ignorância, por falta de lermos O Príncipe de Machiavel, ali colocamos e agora
temos que suportar.
Observemos a ex-senadora e
ministra Marina Silva, figura emblemática e que impõe respeito pela aparência
séria e bem comportada. Deu de se bandear justamente pros lados do PSB, um
partido sabidamente construído, montado, como um boneco Frankenstein, para
atender a interesses não do povo, mas, de seus alucinados pais, políticos
profissionais, que desejam a permanência eterna nas posições de comando que
ocupam, ou aspiram, burlando a morte, se possível.
Marina, que despontava como uma
possibilidade de síntese à pífia dialética PT/PSDB, simplesmente deixa de
existir. Simplesmente abandona o barco, após a primeira marolinha imposta pela
negativa do registro de sua sonhada REDE, na qual muitos já acreditavam poder
um dia embalar sonhos de dias melhores. Até aí, tudo bem. É fácil nos
colocarmos no lugar dela e imaginar a decepção, a frustração de uma pessoa que
demonstrava até então, vestir a camisa dos ideais por ela publicamente
defendidos, de encontro com a falta de
ética e de propostas, tão comum no meio político brasileiro.
Marina, que nos inspirava até
ontem mesmo, a confiança da cara sofrida e marcada pela dor dos povos do norte
e do nordeste do país, sofredores crédulos, agora sem saber em quem ou em que
acreditar, já que o único ícone vivível da resistência ao liberalismo
tresloucado ou ao esquerdismo desmedido, cedeu ao golpe da desorganizada e
manipulada justiça eleitoral brasileira, atenta a detalhes, mas incapaz de
enxergar os ratos que infestam os porões que deveria ela proteger.
Marina dos pobres dos
seringais, se uniu aos ricos industriais, aos fazendeiros, aos senhores de
terras de Pernambuco. A mais remota possibilidade de aproximação com seus ideais
ecológicos. O que tem eles em comum com o conceito de sustentabilidade? Que o governador Eduardo Campos esteja fazendo uma boa administração em Pernambuco,
sorte dos pernambucanos. Mas, boa administração também fez o senador Aécio
Neves, quando governou Minas Gerais, nem por isso atraindo Marina para o PSDB, ou angariando em nível nacional, simpatia suficiente para enfrentar o PT, tal como Eduardo.
Como a Marina de Caymmi, nossa
aguerrida Marina se pintou de outras cores, procurou outros amores. Terá ela,
por efeito da pancada dada pelo TSE, se esquecido de suas origens e ido se
aliar a tão pouco provável possibilidade? Marina, que era tão bonita com o que
Deus lhe deu, não me deixa opção.... tô de mal.
Hehehe... estamos de mal, meu caro! Muito boa sua reflexão. Mas, eu ainda fico pensando: Não estaria Marina revelando sua verdadeira face política? Quem a sustentava anteriormente não seria os mesmos empresários que se enriquecem às custas do mau uso da nossa biodiversidade? Eu sempre fiquei com um "pé atras" em relação a esse discurso de sustentabilidade... sei não, muito bom pra ser efetivo! Para mim, Marina não se pintou de outras cores, acho que ela acabou revelando suas verdadeiras cores, não no sentido ideológico, mas no sentido político!
ResponderExcluirParabéns meu irmão, mais um texto de qualidade! Também fiquei de mal dela!!!
ResponderExcluirÉ.. Estou sem saber em quem votar. Achava que se votássemos nulo, poderíamos um dia fazer a diferença, mas descobri a pouco que estava enganado e não exite regra que invalide uma eleição caso 51% ou mais dos votos sejam nulos, a menos que a justiça os anule. Assim sendo, em quem posso votar?
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