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Pequenas mudanças, grandes estragos.

O momento que vivemos tem se mostrado como uma experiência sem par, pelo menos para nós, que o vivemos, sem que tenhamos sido preparados, ou mesmo avisados de que algo tão impactante iria nos ocorrer. Tudo mudou de forma muito rápida…

É assim que percebemos. Não conseguimos entender que as coisas já vinham mudando há muito tempo e agora, por força das circunstâncias, apenas não há mais como não ver o resultado das pequenas mudanças que se acumularam.

Spencer Johnson, autor do best seller "Quem mexeu no meu queijo?", trata ali o assunto e nos mostra o quanto é verdadeira essa lamentável afirmação, de que não nos habituamos a nos preparar para as mudanças e somos frequentemente pegos de surpresa, pela menor delas, a gota d'água que faz entornar todo o caldo. Assim, cada pequena mudança, que deveria ser coisa normal do dia-a-dia, por mera inobservância, se torna uma grande dor de cabeça, causando desconfortos os mais diversos.

Observemos o atual quadro que atravessa a vida político-econômico-administrativa do Brasil. Boa parte dos eleitores que votaram em 2018 se encontram entre os que, embora possuam o direito, podem ser classificados como não aptos a votar. Ou seja, votaram como uma criança escolheria um brinquedo. Pela aparência, pela propaganda que conseguiram ouvir ou ver, sem a menor utilização de sua capacidade inata de exercitar o senso crítico, pensar, avaliar, julgar mesmo o que havia de verdade e falseamento nas notícias veiculadas na época, etc.

Na verdade, o que guiou essas “cecilias” portadoras do poder de decidir o futuro do país, mas claramente despreparadas para usar o título de eleitor, pode até ter sido um sentimento digno, um desejo honesto de mudança, mas, por ignorância e patente falta de capacitação intelectual e cultural, não podendo fazer diferente, fizeram o que fizeram. Deste modo, temos hoje um Brasil acelerando em marcha à ré, guiado pela pior estirpe de seres humanos que ainda rasteja sobre nosso chão.

É certo que os governos anteriores, embora tenham patrocinado avanços sociais e econômicos jamais vivenciados em nossa história, também coabitavam com o joio, assim como os atuais e os próximos terão que conviver, já que é sabido que não se arranca o joio sem matar, ou ferir gravemente o trigo.

Mas isso não pode ser motivo para não observarmos as mudanças, não pensarmos com maturidade e isenção. O prejuízo material, cultural e moral, diante do mundo e de nós mesmos, já é e ainda vai ser, muito maior do que se pode perceber à primeira vista.


Assim também é na vida de cada um de nós. Os erros ou equívocos, que cometemos nas escolhas de pessoas para termos como companheiros de viagem nessa estrada chamada vida, assim como em todas as escolhas que fazemos, como nossa profissão, adesão religiosa, filiação partidária, agrupamentos os mais diversos, quem amamos e quem odiamos, resultarão em consequências inexoráveis.

Feita a escolha, não há como não colher os frutos desta. E as pequenas mudanças cotidianas nos obrigam a escolher todos os dias, às vezes, muitas vezes no mesmo dia.


Daí a necessidade de observar constantemente a natureza e questionar sempre nossas certezas.


Daí a necessidade de nos analisarmos constantemente, assim como, não permitirmos que o desejo do outro nos iniba a subjetividade. Nem isso, nem o inverso disso.




Weverton Duarte Araújo


2 comentários:

  1. E diante da falta da falta, da pequenas mudanças, o medo de enfrentar nos paralisa. Deixamos assim que a "receita pronta" continue funcionando e vivemos assim. É sempre mais fácil e menos dolorido agora. Porque se você pensar, vai doer.

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  2. O fato de não perceber que as coisas vinham e estão mudando de forma constante e aceleradamente é provocado, justamente pela falta da leitura, da observação da natureza, do entorno histórico/antropológico e da busca de um tempo de conhecer-nos para definir e assumir as escolhas.Mudança abala a zona de conforto ampla e irrestritamente.


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