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Economia da informação

     Hoje eu quero falar de economia. Na verdade, quero falar de desperdício. Do desperdício enorme de energia, de tempo, de capacidade produtiva que podemos perceber ao acessar as redes sociais, especialmente o Facebook, que já está ficando chato, de tanta bobagem, de tanta inutilidade, de tanta má utilização de recursos, os quais poderiam fazer diferença na vida de muitas pessoas ao nosso redor, se usados de forma racional e inteligente. 
     Mas o que temos é uma legião de crianças mal criadas, com muitos direitos e poucos deveres, sem a menor noção do espaço que ocupam, sem respeito, sem educação mesmo. A sociedade de consumo trouxe a liberdade de expressão e as ferramentas necessárias para essa expressão estão disponíveis a todos e a qualquer um. Mas as regras de utilização do espaço da informação não foram estabelecidas.  
     Não podemos esperar que o mercado crie regras de conduta, uma vez que este seria papel de antigas instituições  que já não existem. Falo das instituições que outrora eram responsáveis pela formação e manutenção dos valores morais. Falo da família, da igreja, da escola. Falo desses redutos de disseminação valores que a sociedade mercantilista moderna precisa sufocar e manter contidos para que as fábricas continuem a produzir, as lojas se mantenham abertas e os consumidores tenham o que comprar. Não importa o futuro do planeta, nem mesmo dos seus habitantes. O que importa é fabricar e vender.
     Pois a cada dia novas ferramentas de comunicação são desenvolvidas. Isso é bom e poderia ser de grande utilidade. Infelizmente nos falta saber como utiliza-las. Daí vivermos reféns do que o mercado nos oferece. Nossos limites são estabelecidos por discursos cujas origens jamais questionamos. Nossa educação é determinada não por conceitos sociais, mas por interesses  comerciais. E não sabemos quem define os limites, quais interesses os orientam. Apenas nos cabe curtir, compartilhar e, raras vezes comentar. 
     Pensar é um verbo que está caindo em desuso. O tempo que gastaria pensando é melhor gasto - disse gasto e não utilizado - em jogos digitais ou aprisionado na repetição de curtidas e compartilhamento de informações que já vieram prontas e parecem boas - com imagens fortes e o mínimo de texto. Pouco importa o conteúdo, a fonte ou a veracidade.
     Então gastamos desordenadamente o nosso tempo, sem compromisso com o futuro do mundo, da sociedade que estamos construindo para nossos filhos e netos. Procuramos apenas algum tipo de satisfação da necessidade individual de pertencimento, de forma hedonista e irresponsável.
     É a economia da construção social atual, que derruba paredes em nome da liberdade, mas não oferece substitutivo à função protetiva que as paredes desempenhavam. Ficamos livres das limitações sociais, mas completamente expostos e desprotegidos, presos  a regras desconhecidas, impostas por desconhecidos.

2 comentários:

  1. É verdade Ir.'. A tecnologia das redes sociais mudou a vida dos brasileiros, basta vermos a proporção de smartphones por habitantes no Brasil, ninguém fica sem o aparelho, parece estarmos hipinotizados, confesso que demorei adquirir o celular, acho que ficamos muito presos, muito vigiados. É a minha opinião.

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