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Nem bacharel, nem analfabeto. A síntese.

Em breve teremos eleições novamente. Quando começa a veiculação de propaganda dos candidatos às vagas nas câmaras municipais, estaduais, distrital e federal, assim como às prefeituras dos municípios, ao governo dos estados e até à presidência da República, as aberrações mais absurdas são jogadas em nossas caras, como se a coisa não passasse de brincadeira. Tem “mulher bambú”, “toninho do diabo”, “gretchem cover” e “cara de hamburguer”. Sim, tem candidatos que se apresentam com esses nomes e esperam ser eleitos. E o pior: muitos são eleitos.

Em interessante debate publicado pelo Jornal O Tempo, de Belo Horizonte, há alguns anos, foi proposta a exigência de bacharelado em Direito ou Administração para os candidatos a cargos eletivos no Executivo e no Legislativo. A proposta foi adequadamente rebatida, mas não se falou em uma terceira via, menos elitizante e não menos moralizante do processo eleitoral.

A ideia já foi proposta por meio de postagens em redes sociais, conclamando a um movimento popular em defesa de uma mudança na legislação referente aos requisitos para o lançamento de candidaturas. Lamentavelmente, nem os políticos abordados, nem os internautas deram ouvidos.

A proposta, obviamente simples e carente de acréscimos, se resumia a que fossem criados cursos de capacitação em administração pública, com conteúdo específico para cada cargo pretendido. Assim, os candidatos a vereador, prefeito, deputado, senador, governador e presidente da república, estariam obrigados a se submeter a tais cursos, cujos certificados de conclusão e aprovação passariam a fazer parte da documentação exigida para o registro da candidatura.

Entidades como a Fundação João Pinheiro, por exemplo, (que tenham reconhecida experiência na formação de administradores públicos), ou as Universidades Federais, poderiam formatar e ministrar os cursos, cada um com conteúdos adequados aos cargos, de modo que os candidatos se ambientassem previamente com o trabalho para o qual se oferecem.

Muitas vantagens poderiam advir dessa mudança, a começar pela exclusão de uma enorme quantidade de oportunistas completamente incapazes e sem o menor conhecimento em administração pública, que encarecem o processo eleitoral e empobrecem o nível das campanhas. Evitaríamos casos ridículos como o Deputado Everardo (Palhaço Tiririca) ou do Vereador “Andreia Verão”, de Carapicuíba-SP, o cantor Agnaldo Timóteo, jogadores de futebol, padres, pastores, celebridades do bbb, dentre outros casos, da mesma forma lastimáveis, que nos envergonha e nos causa prejuízo não só financeiro, mas prejuízo moral e atraso em nosso desenvolvimento como Nação.

         Ora, se todas as empresas exigem dos candidatos a ocupantes de seus cargos um conhecimento prévio na área que pretendem trabalhar, por que não exigir dos candidatos a legisladores e administradores da coisa pública, que no mínimo conheçam razoavelmente a matéria com a qual hão de lidar caso sejam eleitos? Nada mais justo.

             E você, se for contratar alguém para administrar sua casa, vai contratar um analfabeto, um médico, um pastor, um professor, um radialista, um entregador de gás, ou uma pessoa com formação e experiência em administração doméstica? 

          Que não se exija de todos formação superior em Direito ou Administração, mas que não se deixem pessoas não qualificadas administrando nosso país. Eis a síntese para o debate.

8 comentários:

  1. Na minha humilde opinião, um dirigente tem que saber dirigir, um medico cirurgião tem que saber operar. Portanto, os candidatos a um cargo eletivo devem também ser capacitados para suas funções! Apoiado.

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  2. Bastante coerente. Se houver realmente essa exigência, faremos uma limpeza nos porões da política brasileira, com um esvaziamento considerável da mediocridade quem impera em nosso país.

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  3. Caro Weverton,
    Realmente a coisa tá ficando preta. Sempre afirmaram que em um regime democrático ganham eleições, quem receber os votos necessários para tal... pensei que a coisa ficasse encerrada aí. Pois quem tem cursos, e mais cursos, uma mala cheia, em 500 anos de Brasil, terra adorada, nunca tiveram qualquer tipo de sensibilidade para governar adequadamente, para eliminar a miséria, a morte precoce, que sempre rondava o povo brasileiro. Por que agora, teremos que chamar a Fundação João Pinheiro//Universidades, para formatar cursos etc. e tal. Ou quem sabe, não estão querendo chamar os "Civitas", os Marinhos, os "Roberto Campos", os articulistas da F. de São Paulo, Estadão, O Tempo...quem sabe, "Malafaia,, ou qualquer outro fundamentalista? É isso que o que querem? Exemplos recentes: FHC//SERRA//ACM//AÈCIO//ANASTASIA//ALKIMIN...... ... .outros exemplos, um pouco mais distante: Médice//Costa e Silva//Geisel//Figueiredo...e o Brasil, em rota de queda. Ou será apenas preconceito, contra políticos que tem sensibilidade, e mesmo não tendo cursos universitários, conseguem dar vida, respeito, oportunidades reais, para um povo cansado de ser trucidado por uma elite poderosa, e sem vergonha.

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    1. Querido Luiz, simplifiquemos: Você contrataria um palhaço analfabeto, ou um pastor evangélico semi-alfabetizado, ou um dentista, ou um líder comunitário sem qualquer noção de administração para administrar suas finanças domésticas? Se você fosse um empresário, contrataria um desses para administrar sua empresa? E mais, se você precisasse construir o projeto elétrico da sua casa, contrataria um deles, por mais bem intencionados que lhe parecessem? Estou certo de que não. Você não faria isso. Você procuraria no mercado, profissional capacitado para executar o serviço, pois sua casa é o lugar onde sua família se abriga. Não pode ser projetada ou construída por pessoas sem qualificação. Assim deveria ser com o Brasil que nós tanto amamos e que é a nossa casa.

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  4. De pleno acordo! E que conste da grade desse Curso de Capacitação em Administração Pública disciplinas como Ética e Português.

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  5. Weverton, vou além, se os candidatos não vislumbrassem ficarem ricos com os altos salários e as corrupções, aposto que não haveriam tantos candidatos assim. Falta, no meu ponto de vista, amor ao Brasil, visão de um futuro com uma melhor distribuição de renda, pois se pensarmos bem, quantos bilhões ou trilhões circulam em nosso país, mas nas mãos de poucos.

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  6. O problema do Brasil é o brasileiro que defende a não profissionalização da política nacional.
    Enquanto isso o noticiário do futebol toma conta da mente e do tempo dos brasileiros...

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  7. A tiririca é uma erva daninha que infelizmente infesta o território político em todos os países do mundo.Valeu ler o seu texto, mas eu concordo com o Mota.Um TFA:.

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