Compartilhe nosso conteúdo

Brasil das castas e cotas

Os normais não terão vez nem voz

     Primeiro vieram as cotas para negros, para índios, para pobres nas Universidades Públicas. De outro lado, com base no mesmo raciocínio, surgem os que clamam por respeito aos nordestinos, aos homossexuais, aos evangélicos. Gritam os portadores de deficiência física, que já nem admitem ser tratados como tal - a cada dia o termo muda - acho que agora é "portador de necessidades especiais".
     Até políticos condenados por desvio de bens públicos pleiteiam direitos aviltados na aplicação das penas e angariam defensores.Também clamam os sem terra, os sem teto, os atingidos por flagelos os mais diversos, mas cada um em sua pequena casta, individualizadas as demandas, se acotovelam os excluídos de toda espécie.
     Por fim, já é Lei a reserva de um percentual de vagas em concurso público para uma determinada "minoria" racial. É o precedente para que as demais minorias logo exijam paridade. Exigirão o direito de serem tratadas desigualmente, mas em defesa da igualdade. Uma igualdade falaciosa, paternalista, placebo social a manter os excluídos na eterna dependência e longe de serem sujeitos da própria emancipação.
     Todos querem ser tratados como iguais, mas exigem respeito a sua diferença. Assim, damos um passo atrás a cada conquista que parece ser benéfica a um grupo. A totalidade da sociedade se vê obrigada a individualizar o atendimento das demandas, criando legislação tão específica, que descaracteriza o aspecto civilizatório e comunitário da mesma, em favor de um discurso que individualiza o que em conceito é coletivo.
     Em breve, respeitando o sistema inclusivista em implantação, o síndico do Condomínio Brasil terá que atender um por um, os moradores com queixas, já que um é negro, outro é gay, velho, sem terra, judeu, loira, PNE, gordo, careca, baixinho... 

     Só os “normais” não terão vez nem voz. A menos que os "normais" se sintam minoria, lutem por seus direitos e também passem a ser atendidos por um programa qualquer de proteção a excluídos.

4 comentários:

  1. Muita lucidez de pensamento. Estou plenamente de acordo. O negro Joaquim Barbosa não teve cota, o torneiro mecânico Luiz Inácio não teve cota, o Carlim Moura não teve cota, e todos, concordemos ou discordemos deles, são vencedores.Acredito que, em grande parte, os indivíduos beneficiados por cotas estão, na verdade, tirando de outros a oportunidade legítima de brilharem e de algum modo contribuírem para a Sociedade.

    ResponderExcluir
  2. Dividir em partes tão pequenas, até que não se reconheçam como membros da mesma sociedade?

    ResponderExcluir
  3. E a cada lei criada para a iguadade vão se excluindo o respeito pelo ser humano!

    ResponderExcluir

Por favor, deixe o seu comentário sobre o texto. Participe!!!