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A prima Vera

Era Vera prima do verão 
O senhor do calor, sem noção
Depois dela chegava e luzia 
Se queimava e de inveja morria
Mas esta lhe jogava flores
Só queria lhe dar bons odores
Que amores já teve no inverno
Com dores, com choro, o inferno. 

Prima Vera, se riu disso então 
E também do outono já ria
Que esse outro tão cheio de cores
Não consegue colorir seu terno.

Ela sim, porta em si o condão
De trazer cor e luz, alegria
Nos fazendo esquecer nossas dores 
Isso sim, dava pra ser eterno.

A louca varrida

Ai que canseira
Vem já você novamente
A me fazer pouco caso
Com seu desditoso olhar

E sua eterna maneira
De ser assim com a gente
Nos tratando com descaso
Em nós cuspindo ao passar

Como se fosse uma herdeira
De grande fortuna, a doente
Nem planta tem em seu vaso
Nem água com que se lavar

Mas olha por cima, altaneira
E tudo ignora, indolente
Mas seu vôo é sempre raso
E o chão é seu lugar