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Eternas crianças

     O circo está armado. O povo elegeu Tiririca, Bolsonaro, Sérgio Reis, Marcos Feliciano, Delegado Moreira e mais alguns apresentadores de programas de rádio e TV, jogadores de futebol, artistas, padres católicos, pastores evangélicos e policiais. Já se avalia que teremos o legislativo mais conservador desde 1964. Isso porque ficaram de fora as mulheres-fruta, que tentaram, mas não conseguiram por suas bundas e peitos enxertados de hormônio e silicone, alcançar um lugar no picadeiro.
     Mas, o que não se leva em consideração é que essas figuras não passam de personas, de caricaturas daquilo que parecem ser. Mas não o são. Nem é disso que precisamos. Nem de heróis, nem de caricaturas de heróis.
     Então, o que leva o cidadão a escolher para seus representantes esse tipo de pessoas? Seria a nossa democracia tão infante, que não sabe ainda agir com seriedade naquilo que é sério, como crianças rebeldes brincando de punir o sistema, colocando lá os tipos mais esdrúxulos, sem pensar que o prejuízo será de nós mesmos?
     Não haveria em nós ainda a consciência de que nossos representantes nos poderes executivo e legislativo são, ou deveriam ser os responsáveis pela administração do país?
     Que tipo de povo somos nós, que tendo vivido duas décadas sob um regime militar, após conquistar a tão sonhada democracia, com liberdade como nunca se teve antes, não dá conta de administrar essa liberdade, enfiando os pés pelas mãos, cuspindo no prato ainda cheio e quente?
     Sim, não sabemos discernir o sujo do mal lavado. Muito menos pensar a longo prazo. Somos crianças birrentas e imediatistas. Queremos o bom e o melhor, mas não fazemos por onde. Assim, se não nos dão o que queremos, jogamos lama no ventilador.
     Mas é sobre nós mesmos que toda a sujeita retornará. E é assim mesmo que o sistema nos quer: cegos, mimados, dependentes e demandantes, sem capacidade de reagir, à mercê dos predadores e oportunistas de rapina que voltam de dois em dois anos.

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