Os
estudos estão aí para comprovar: o ato de ensinar
não é propriamente humano. Os animais também costumam transmitir
suas experiências aos seus semelhantes. Mas, o ser humano tem algo
muito peculiar na sua maneira de ensinar. O aprendizado dos costumes,
da diferença e da convivência, bem como dos princípios que devem
reger suas atitudes, são apenas alguns aspectos aprendidos e que os
diferencia dos outros animais.
Educar, no entanto, é
uma tarefa árdua que requer organização e empenho. Com o passar do
tempo, muitas foram as formas que encontramos pra desempenharmos esse
papel na sociedade. E nas sociedades, atualmente denominadas
‘democráticas’, o papel do Estado é decisivo no processo
educativo.
A sociedade brasileira passou
por expressivas modificações no campo social e cultural, nos
últimos anos do século XX. Contribuíram para isso as mudanças no
universo educacional, pois a escola que era direcionada a uma pequena
parcela da população, passou a ser gratuita e obrigatória a todos.
No entanto, apesar dos avanços contabilizados nesse sentido, ainda
há muito a que ser feito.
Quando pensamos a educação,
necessariamente temos que pensar sua forma organizacional. Pois, o
administrativo entendido como uma filosofia da ação é fundamental,
não só no sentido burocrático, mas principalmente no pedagógico.
A forma que um país gerencia o seu sistema educativo pode ser
considerado o termômetro do seu desenvolvimento. Pois, se todas as
decisões implicam valores e geram impactos a curto e longo prazo, o
Estado tem que mediá-las.
O Estado, aqui compreendido
como uma instituição que articula a sociedade dando a ela um certo
ordenamento social; possui várias maneiras de intervir na realidade
educacional de sua população. Dentre elas, a elaboração,
execução, operação e avaliação
de projetos educativos. No intuito de compreender melhor essa
dinâmica, demarcamos aqui uma análise crítica de um Projeto
Político pedagógico de uma escola pública brasileira.
A escola tem um papel
fundamental na sociedade e ninguém discorda desta máxima. É
verdade também que a escola funciona como uma instituição dotada
de artifícios apropriados para atender o sistema social em suas
exigências e demandas. Para Martins (1988, p.25), a educação é um
processo baseado na realidade, na reflexão e, simultaneamente, age
no sentido de criticar inconsistências com o objetivo de melhorá-las
em diversos aspectos. Na visão de Martins (1988, p.35), o sistema
social tem influência no sistema escolar, isto é, estamos todos
inseridos em modelos sociais, políticos, econômicos e ideológicos,
que se convergem mutuamente. Entende-se então, que o papel da
escola é possibilitar ao educando, a descoberta de maneiras que vão
engajá-lo no meio social, de forma que ele atue como uma força
positiva nos contextos em que estiver presente.
Há que se considerar que,
não ocasionalmente, haverá conflitos entre os objetivos
educacionais e os modelos ora propostos pela sociedade. Entretanto,
não há como isolar a escola da sociedade ou o contrário. É neste
ponto que a escola deve refletir sobre o seu papel e se organizar no
sentido de unir forças e trabalhar em prol de um ideal voltado para
a unidade dos principais interessados no sucesso educacional: escola
e
sociedade.
Referência Bibliográfica
MARTINS,
José do Prado. Didática
geral.
São Paulo: Editora Atlas S.A., 1988.
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