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Falar ou não falar?... Eis a questão.

Angelina Jolie falou. Fez com seu dinheiro o que desejou. Pensando que pode manipular a vida, conter a morte, fez o que lhe aprouve. Contou para o mundo uma verdade sua, pessoal e íntima. Mas devia ter feito o estardalhaço que fez?
Joaquim Barbosa falou. Fez com seu status de presidente do STF, o que seu superego inflamado lhe cobrou. Sonhando em ser o salvador da pátria, da sua e da minha sorte, manipulou bem e ferozmente as palavras e proclamou uma verdade que todos conhecem. Verdade minha e de todos os brasileiros. Pública e notória. Mas devia ter feito o estardalhaço que fez?
Angelina Jolie influencia pessoas, já que é figura pública mundial, venerada por muitos, pelas suas ações cinematográficas não só no cinema, mas também na vida particular, que de particular nada tem.
Joaquim Barbosa, já ficou claro, também influencia pessoas. Isso é bom e desejável, num país onde a corrupção é moda e onde as instituições não funcionam mesmo como deveriam.
Joaquim Barbosa teve peito pra desafiar o Poder Legislativo brasileiro, que não têm peito pra fazer o que devia, ou seja, legislar; Que recorre ao Supremo quando é conveniente, mas que desrespeita o chefe do Supremo, quando este fala a mais patente verdade.
A Angelina Jolie tirou os peitos pra ver se adia o encontro com a outra verdade inexorável, mas também, assim como o Joaquim, não desperdiçou a oportunidade de chamar de volta os holofotes, que provavelmente, a ambos tenham parecido se afastarem.
O que mais me estranha é a atitude da imprensa, outra formadora de opinião, que faz grande alarde ao menor indício de alguma possibilidade de censura, mas se cala e ainda por cima, como o Carlos Lindemberg no jornal da rádio Itatiaia hoje pela manhã, censura o Ministro Joaquim, por não se conter. Essa mesma imprensa, salvo raras honrosas exceções, como o André Forastieri (http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/2013/05/16/angelina-jolie-a-heroina-cretina), idolatra a atriz, promovendo o maior show, diante de uma atitude egoísta e reveladora de seu narcisismo incontrolável.
Angelina Jolie e Joaquim Barbosa, creio eu, não se conhecem, nem devem ter noção do tamanho da repercussão e do efeito gerado por suas ações e palavras. Ou, se o tem, ambicionam tanto o estrelato, que nunca vão se conter. Mas, os editores dos noticiários não são estrelas. Esses, mais que todos, não deveriam buscar o brilho das estrelas. Deviam ter peito pra mostrar a verdade apenas. Informar apenas e não se omitir jamais.
Mas isso é uma questão de coragem. Coragem, sob o aspecto do conceito forjado por Paul Tillich, que propõe sob a designação de “Coragem de Ser”, a existência de uma força em nós, que nos pode conduzir a fazer o certo e a denunciar o errado.
Precisamos ter coragem para viver com ética e morrer com honra. Pra arrancar do peito o grito pela justiça e pela solidariedade, mas manter lá dentro a ânsia pela fama.

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